
Gunma e Mie possuem menos brasileiros que Aichi e Shizuoka – as duas províncias líderes na concentração verde-amarela no Japão –, mas têm mais trabalhadores inscritos no shakai hoken. Esse dado inédito consta na pesquisa de amostragem feita em 2005 pelo Ministério das Relações Exteriores, que foi publicada este ano. Até então sabia-se do aumento de brasileiros no shakai hoken, mas pela primeira vez um ministério do governo tem um número oficial obtido em uma enquete: 59,7% dos brasileiros estariam pagando o shakai hoken.
A amostragem utilizada foi com um grupo representantivo da população. No caso, a comunidade verde-amarela no Japão. Ao todo as entrevistas foram feitas com 1.002 pais de crianças que freqüentam escolas brasileiras, sendo 82,8% nikkeis, em duas cidades de cinco províncias com mais brasileiros: Toyohashi e Toyota (Aichi); Hamamatsu e Iwata (Shizuoka); Suzuka e Yokkaichi (Mie); Kani e Ogaki (Gifu); Ota e Oizumi (Gunma).
Shakai Hoken
O shakai hoken, seguro social que combina cobertura médica e aposentadoria, é um dos grandes problemas que afeta a comunidade. Como não há um acordo previdenciário entre os governos brasileiro e japonês – a esperança é que seja firmado um documento em 2008, durante o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil –, os anos de contribuição para a aposentadoria não têm validade em território brasileiro e a contribuição é alta, com taxa de cálculo de 14%. Esse valor costuma ser rateado entre funcionário e empresa, que é obrigada por lei a integrar o sistema de shakai hoken quando emprega mais de cinco funcionários.
Por uma série de fatores como maior fiscalização das empresas pelo governo japonês e a entrada de mais fábricas no shakai hoken, trabalhadores brasileiros e as empresas que aderiram recentemente ao sistema, se viram em uma escolha difícil de ser feita, entre pagar o seguro ou não.
Na pesquisa do Ministério das Relações Exteriores, entre as razões para não participar do shakai hoken, as respostas de “muito caro” (59,4%) predominaram, seguidas de “não acho que valha a pena” (28%). Em contrapartida, foram poucos que começaram a pagar o seguro obrigado pela empresa contratante (14%) , mostrando que a maioria aderiu por opção pessoal (86%).
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