Por: Gustavo Kahil
26/11/07 - 18h00
InfoMoney
SÃO PAULO - A BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) lança as suas ações na Bovespa ( Bolsa de Valores de São Paulo) em meio a muita euforia e expectativa, elevada pelo excepcional desempenho das ações da Bovespa Holding em sua estréia no final do mês passado.
"É óbvio também que a oferta vem dentro de um efeito demonstração, porque a Bovespa teve tanto sucesso que agora todos holofotes estão todos voltados para a BM&F", avalia o diretor geral do INI (Instituto Nacional dos Investidores), Théo Rodrigues.
A Bovespa Holding abriu o capital no último dia 26 de outubro, quebrando uma série de recordes. As ações subiram mais de 52% em seu pregão de estréia. A Bovespa captou R$ 6,625 bilhões com a oferta, configurando o maior valor de uma operação desde a reabertura dos mercados, em 2004.
"É mais um sinal do amadurecimento do mercado brasileiro de capitais", diz Rodrigues. Para ele, a abertura de capital das bolsas brasileiras é importante para a entrada de pessoas físicas no mercado de ações. Rodrigues compara o momento atual com a possibilidade de aplicar os recursos do FGTS na Vale do Rio Doce e Petrobras.
Forte demanda
Segundo ele, possivelmente, o número de pessoas físicas deve superar o registrado pela Bovespa Holding. A procura, de acordo com as corretoras, tem sido muito grande, o que levou, inclusive, muitas a estabelecerem um limite máximo para a abertura de contas.
Das dez corretoras contatadas pela InfoMoney, apenas uma ainda aceita novos clientes para este IPO. "A procura está muito grande e não temos conseguido fazer os cadastros dos clientes", afirma a gerente do home broker da Solidez Corretora, Roberta Do Monte.
Silvia Werther, diretora da Ativa Corretora, explica que, com a expectativa de uma forte demanda, a corretora optou por estabelecer um prazo, o que não aconteceu com a oferta da Bovespa Holding. "Para nos resguardamos, na oferta da BM&F nós antecipamos", explica.
Potencial de valorização
"O mercado mundial está sedento por comprar ações de bolsas de mercadorias e de valores, mas acho que a oferta da BM&F não deve superar a valorização da Bovespa", afirma o consultor financeiro e agente autônomo de investimentos, Raphael Cordeiro.
O gerente de análise do Modal Asset, Eduardo Roche, também não acredita em uma valorização superior à da Bovespa na estréia. "A BM&F já está vindo mais ajustada em relação à Bovespa, que quando abriu não tinha uma referência no Brasil", diz.
Investindo no longo prazo
"São negócios com níveis de risco muito baixo. Dificilmente uma bolsa irá perder receita ou deixaria de existir, o que só aconteceria com o final do mercado de capitais", explica o sócio consultor da Raphael Cordeiro Consultoria de Investimentos. Segundo ele, as bolsas brasileiras podem tornar-se alvo de grupos maiores, funcionando como um propulsor para os papéis.
Roche, da Modal, avalia ainda que a possibilidade do grau de investimento e a migração do pregão viva voz para eletrônico pode elevar as receitas da BM&F nos próximos anos. "A própria parceria com o CME Group pode facilitar esta evolução, além de novos produtos", diz.
Rodrigues, do INI, pede cautela ao aplicador e recomenda: "o investidor não precisa ter pressa para vender tudo de uma vez. Longo prazo, com rentabilidade alta em empresa boa, sempre funciona bem".
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